A PRAIA DO CABEDELO, em Viana do Castelo


— Vamos ao Cabedelo — disseram elas.
— Ao Cabedelo? Mas pensava que íamos à beira rio...
— Não, vamos à praia — insistiram.
Não me apetecia nada ir no carro. Tinha vindo de férias e planeava ir de casa a pé com as cadelas, relaxar um pouco, e depois voltar para trás. Mas não consegui convencer nem a minha mãe, nem a minha irmã, a fazer-me a vontade.
— Pronto, vamos lá ao Cabedelo...
A Praia do Cabedelo é uma das maiores praias de Viana. Fica para lá de uma imensa muralha de dunas cobertas por vegetação rasteira. Para acedermos à praia temos que percorrer uns passadiços de madeira, parecidos com os passadiços do Paiva. A última vez que tinha lá estado tinha sido sensivelmente dois anos antes... Se no Verão a praia se enche, fora da época balnear a paisagem vazia de pessoas tornava a praia um sítio desolado, que só atraía surfistas.
Ou pelo menos era essa a imagem que eu tinha na minha cabeça...
Metemo-nos no carro, atravessamos a ponte e percorremos aquela avenida de plátanos que leva até à costa.


Era Abril, mas mais parecia um dia de Junho: sol, calor, céu azul, e muitas pessoas em fato de banho...
Estacionamos e dirigimo-nos aos passadiços.
Em dois anos, os pinheiros que ali cresciam, e ajudavam a fixar as dunas, tinham crescido, e cobriam parcialmente os percursos.
— Isto é muito mais bonito do que da última vez eu cá vim — disse eu. Aquelas árvores escondiam o caminho e tornavam o percurso muito acolhedor. Parecia que estávamos a embrenhar-nos na natureza.
Fizemo-nos ao caminho! Quem gostasse de actividades ao ar livre ia de certeza adorar estar ali connosco.
Em pouco tempo os pinheiros foram desvendando um percurso ondulante, que subia e descia, acompanhando as dunas.



Lá ao fundo, estava a praia. Foi como se tivéssemos passado de uma dimensão para outra.
O verde das dunas deu lugar ao azul do mar e do céu.
A atmosfera estava rosa, num tom que não conseguimos encontrar nos filtros de Instagram.
Fomos até à beira da água molhar os pés. Estava morna, e corria uma brisa agradável. Acabamos por passar a manhã a caminhar para trás e para a frente junto ao mar.



Tinha prometido a mim mesma que não levava a câmara — e não levei — para aproveitar todos os momentos, mas não consegui resistir e peguei no telemóvel para começar a fotografar.
As fotografias ficaram lindas, poéticas e um tanto ou quanto ascéticas.
— Temos de voltar aqui outra vez e vou trazer a câmara!
Voltamos lá noutro dia, e fotografei mais. Mas gostei tanto daquela manhã que este post acabou por ter fotos dos dois momentos, captados pelo telemóvel, e pela câmara.





 



 

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